ESTUDAR PARA
O ENEM: ENTENDENDO COMO SUA MEMÓRIA FUNCIONA
Acontece todos os anos quando meus alunos decidem começar a estudar para
o ENEM: iniciam com uma grande energia e leem durante 8 horas no primeiro dia,
4 horas no segundo, 1 hora no terceiro, até que no quarto se dão conta da
quantidade de matéria e relaxam até 1 mês antes da prova.
Para você se preparar para essa prova, que realmente é difícil, vamos
ter que admitir alguns fatos, antes de mais nada:
1. Você não vai
conseguir estudar 8h por dia, esqueça! É muito mais importante manter uma
consistência do que se matar no início e depois largar tudo;
2. A quantidade de
conteúdos na internet que permitem que você estude sozinho é enorme, mas também
serve para desorientar e desmotivar. Por isso é importante ter uma estratégia e
segui-la à risca. Vou lhe ajudar com isso ao longo deste artigo;
3. O ENEM não é como
outro vestibular qualquer, então o método de estudo não deve ser o mesmo, daí a
importância de fazer muitas questões que realmente sejam do estilo ENEM – há
vários sites da internet que mentem sobre o tipo da questão.
Com essas três coisas na cabeça, podemos começar a falar de um problema
que atinge muitos alunos e vai atingir você também: eu estudo, estudo, mas
depois de um tempo não lembro de mais nada!
O negócio é o
seguinte, meu jovem: aqueles que tiram as notas mais altas no ENEM não necessariamente estudam MAIS do que os outros,
eles simplesmente entenderam como funciona o próprio cérebro e tiraram proveito
disso. Você alguma vez já parou para pensar sobre como absorve o conteúdo das
aulas?
Isso é muito importante, afinal de que adianta estudar um conteúdo o dia
inteiro e não lembrar de nada na hora da prova, certo?
Precisamos reter o que estudamos, fazer com que os conteúdos se
fixem em nossa memória de longo prazo para que estejam disponíveis no
momento em que precisarmos deles.
O cérebro preguiçoso
Nossa memória tende a enfraquecer com o passar do tempo. Isso não é um
problema apenas seu, mas uma característica que diz respeito a todos nós, a
todo ser humano saudável. Porém, temos como superar essa tendência natural de
esquecermos as informações.
O psicólogo alemão Hermann Ebbinghaus foi o
pioneiro no estudo experimental da memória, além de destacar-se pelo estudo da
curva de esquecimento, curva de aprendizagem e pelo efeito que o espaçamento
nos estudos tem sobre nossa memória.
A famosa curva do esquecimento de Ebbinghaus mostra que, após
adquirirmos as informações, elas começam a ser esquecidas, de forma que, após
24 horas, entre 50% e 80% do que foi estudado simplesmente desaparece!
E o pior vem agora:
Caso nenhuma revisão seja feita ao longo dos dias seguintes, você
tenderá a esquecer-se TOTALMENTE do que foi estudado e a informação será
tratada como novidade em um próximo estudo.
Veja:
Como combater o esquecimento
No entanto, ao fazer revisões constantes, você cria novos códigos de
memória e a informação é reativada no seu cérebro, aumentando a retenção.
Mas ATENÇÃO!
A primeira revisão precisa ser feita no prazo máximo de 24h após o
primeiro estudo, pois é nesse intervalo de tempo que a curva de memória declina
mais rapidamente.
Quando formos montar nosso horário de estudos, vamos levar isso em
consideração.
Alguns alunos que oriento ou que já participaram de meus cursos sobre
aprendizagem costumam resistir a essa necessidade. Eles alegam que não têm
tempo para fazer essa revisão.
A minha contestação é muito simples e importante:
Ou você organiza
seu horário de forma a observar essa característica da memória, ou o seu tempo
de estudo será, na maior parte, um desperdício.
A verdade é que, fazendo as revisões na periodicidade necessária, você
não estará perdendo tempo, mas ganhando! Essa tarefa simples vai otimizar seus
estudos e sua memória de longo prazo.
O efeito das revisões
Ebbinghaus estudou os efeitos da repetição sobre a memória e também os
efeitos dos espaçamentos dessas repetições.
Enquanto a primeira revisão precisa ser feita nas primeiras 24h, a
seguinte já pode ser feita após alguns dias e a seguinte após 30 dias. Nessa
escala, o tempo de intervalo entre cada revisão fica cada vez maior e o tempo
gasto em cada uma delas, cada vez menor.
Lembra da curva do esquecimento? Veja como ela fica sob o efeito das
revisões:
Evidentemente, para
fazer uma boa revisão você precisa também ter feito um bom resumo durante seu
primeiro estudo. Para isso, não basta apenas escrever alguns rabiscos em um
papel, é preciso usar um método – eu vou repetir isso várias vezes ao longo
deste texto –, pois só assim você terá um material organizado e que realmente
vai ajudar no seu aprendizado.
Um ex-aluno meu, o Lucas, descobriu em uma palestra nos EUA um método que os americanos usampara passar em universidades como
Harvard e Stanford. Clique aqui e conheça a história
do Lucas e como ele entrou na UFMG pelo ENEM usando esse
método.
Além dos resumos escritos, gosto muito da técnica dos mapas mentais, que
nada mais é que um tipo de resumo em que você utiliza blocos, setas, diagramas
e cores para tornar a matéria mais visual, permitindo que você relembre os
conceitos e as relações entre eles de maneira mais rápida.
Falando em conteúdo visual, outro passo muito importante para sua
preparação para o ENEM ou qualquer outra prova é um exercício de
autoconhecimento que tem a ver com algumas características suas, como indivíduo
único e singular, que vão ajudar você a identificar os melhores métodos de estudo para aplicar em sua estratégia:
você é um estudante visual, auditivo ou cinestésico?
Analise o infográfico abaixo e tire suas conclusões.
Muito bem, agora
que você já tem uma ideia inicial de como estudar, mão a obra bons estudos!
FONTE:HTTP://WWW.LENDO.ORG/COMO-ESTUDAR-ENEM/